Em 19 de julho, a MEI Pharma (NASDAQ: MEIP), empresa farmacêutica americana, anunciou uma guinada estratégica significativa ao lançar uma iniciativa exclusiva de tesouraria em Litecoin, que já conta com mais de US$ 100 milhões em aportes comprometidos.
Como parte da operação, a empresa de biotecnologia nomeará Charlie Lee, fundador do Litecoin, para o seu conselho de administração. A GSR também passará a integrar o conselho e terá um papel central no Comitê Consultivo de Gestão de Ativos Digitais e Tesouraria da MEI. A Fundação Litecoin também investiu na MEI Pharma, destacando o forte alinhamento entre a estratégia de tesouraria da MEI e a missão da Fundação de impulsionar a adoção global do Litecoin.
A divulgação impulsionou as ações da MEIP, que subiram 83,37% no pré-mercado de sexta-feira, registrando valorização adicional após o avanço de 16,58% no pregão anterior. O papel atingiu US$ 9 no pico, encerrando a sessão em US$ 6,30. O volume negociado superou 13 milhões de papéis—patamar muito acima da média diária dos últimos três meses, de 26 mil. Esse salto evidencia o otimismo do mercado quanto à transformação blockchain da MEI e marca o início da tendência de “microstrategy com altcoins” em portfólios institucionais. Após a incorporação de ativos como ETH, SOL e BNB, o Litecoin (LTC) inaugura um novo ciclo de alocação de ativos.
A MEI Pharma, Inc. é uma empresa biofarmacêutica focada no desenvolvimento de pequenas moléculas. Seu portfólio principal de pesquisa e desenvolvimento inclui o Voruciclib, inibidor de CDK para tratamento de neoplasias de células B, e o ME-344, candidato antineoplásico com ação direcionada às mitocôndrias. Fundada em 1º de dezembro de 2000, a companhia está sediada em San Diego, Califórnia.
Em 19 de julho de 2025, a MEI Pharma anunciou sua entrada no segmento de finanças baseadas em blockchain, realizando uma nova rodada privada de investimento PIPE e apresentando planos para alocar Litecoin (LTC) em sua tesouraria corporativa—tornando-se a primeira biofarmacêutica listada a eleger o LTC como ativo principal de reserva.
Segundo o comunicado, a rodada é liderada em conjunto pela Titan Partners Group e pela GSR, especializada em negociação cripto. A MEI emitirá 29.239.767 ações ordinárias ou warrants pré-pagos equivalentes ao preço unitário de US$ 3,42, totalizando aproximadamente US$ 100 milhões. A previsão é de que o fechamento da operação ocorra em torno de 22 de julho de 2025, condicionado às aprovações regulatórias e demais trâmites habituais.
Mais do que captar recursos, a iniciativa representa uma profunda reestruturação estratégica. A MEI afirma ter avaliado de forma rigorosa a sustentabilidade do modelo tradicional de negócios em biotecnologia e agora se dedica à adoção de blockchain e DeFi. A empresa pretende reconfigurar a gestão da tesouraria a partir do Litecoin e construir parcerias de longo prazo com a Fundação Litecoin e a GSR.
Charlie Lee destacou sobre a parceria: “Desde 2011, o Litecoin se compromete com velocidade, segurança e descentralização. É estimulante ver uma empresa de capital aberto como a MEI adotar esses princípios. O crescente voto de confiança institucional no LTC abre caminho para sua integração mais ampla aos mercados tradicionais de capitais.”
O Litecoin é um dos primeiros altcoins, lançado em 2011 pelo ex-engenheiro do Google, Charlie Lee. Construído com base no código aberto do Bitcoin e trazendo otimizações relevantes, o Litecoin possui tempos de bloco mais curtos e utiliza o algoritmo Scrypt de proof-of-work, permitindo mineração com hardware convencional—o que reduz barreiras de entrada. A criptomoeda possui oferta máxima limitada a 84 milhões de unidades e, assim como o Bitcoin, adota um modelo deflacionário, em que as recompensas por bloco são reduzidas pela metade a cada 840.000 blocos.
Como altcoin pioneiro, o Litecoin sempre colocou eficiência e escalabilidade on-chain como prioridades. O ativo oferece taxas de transação muito baixas e liquidação instantânea. Nos últimos anos, o ecossistema de pagamentos do Litecoin atingiu setores como agências de turismo, lojas de conveniência, imóveis e varejo online. Em 2021, a Fundação Litecoin firmou parceria com instituições financeiras para lançar um cartão de débito Visa, permitindo que usuários convertam LTC instantaneamente em dólares em compras, reforçando sua utilidade prática como ativo digital.
Desde a fundação do Litecoin, em 2011, Charlie Lee permanece como principal catalisador do desenvolvimento do projeto. Ele coordenou grandes atualizações—incluindo recursos de privacidade seletiva e integração do Segregated Witness—e impulsionou a Lightning Network, a colaboração entre pools de mineração e o engajamento da comunidade de desenvolvedores, legitimando a sustentabilidade das redes Litecoin e Bitcoin no longo prazo.
A participação direta de Lee na estratégia de tesouraria em Litecoin da MEI Pharma reacende a confiança do mercado nessa abordagem. Como destacou a Fundação Litecoin: “Há 14 anos, o Litecoin oferece a milhões uma rede estável, acessível e de baixo custo.” A parceria com a MEI não só marca a primeira vez que o Litecoin é incluído no balanço de uma empresa listada nos EUA, como também representa um experimento institucional estratégico—liderado por seu próprio fundador.
O avanço institucional do Litecoin continua acelerado. Segundo a plataforma descentralizada Polymarket, no final de 2025 a probabilidade de a SEC aprovar um ETF à vista de Litecoin atingiu 86%. Isso demonstra o otimismo regulatório dos investidores sobre o Litecoin e aponta para sua evolução rumo ao status de ativo mainstream em ambiente de crescente compliance.
Com a eventual aprovação de um ETF à vista, o Litecoin—ao lado de Bitcoin e Ethereum—deve se consolidar como ativo central em carteiras tradicionais, oferecendo opções reguladas para a alocação institucional. O lançamento do ETF impulsionará a liquidez e a valorização do LTC, fortalecerá sua posição como ativo digital focado em pagamentos e estreitará a conexão entre blockchain e os mercados convencionais de capitais.
Ao adicionar LTC à sua tesouraria, a MEI Pharma se torna a primeira empresa de capital aberto a incorporar esse ativo, seguindo os passos de Ethereum, BNB e SOL na trilha da “microstrategy”. O anúncio impulsionou o Litecoin—que avançou mais de 6% em 24 horas, saltando de US$ 106 para US$ 115. O movimento marca uma reavaliação do status do LTC como ativo e consolida a “microstrategy com altcoins” como força motriz do atual ciclo de alta. O entusiasmo em torno de ETFs e o rápido movimento de acumulação institucional aceleram o ritmo da “altcoin season”.